sexta-feira, março 28, 2008

Era uma vez... num sonho...

E as nossas crianças, agora, deixam de acreditar em fadas tão cedo na sua vida...






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Estava aqui de volta do horário da turma do 5º ano e lembrei-me disto, onde se fala da importância de ter tempo para brincar, tempo para a fantasia, de como é absurda a ideia do ME de querer que as crianças (do 2ºC) passem na escola ainda mais tempo do que este que aqui se vê (complementado, na maioria dos casos, por ATL e actividades desportivas ou outras, fixas em hora certa - assumi que deveriam deitar-se cedo, o que nem sempre acontece, infelizmente, e tranquei o horário a partir das 21:30...). Depois lembrei-me de uma notícia que ouvi por estes dias: o consumo de medicamentos para a hiperactividade aumentou assustadoramente... jornalista perguntando, amável psicóloga respondendo, que era um problema talvez neuro-psicológico e tal e que isto, e que uma coisa era a hiperactividade outra o ser irrequieto e chamar a atenção e tal e que aquilo e que aqueloutro e ninguém a fazer a pergunta que se impunha: por que razão existe este aumento assustador de perturbações do comportamento a merecer tanto comprimido a mais dado às crianças? Não me aventuro em respostas, mas causa-me espanto que não se pergunte porquê... As crianças estão à beira de um ataque de nervos, cada vez mais alergias, mais fragilidades e nem um porquêzinho? Depois lembrei-me de outra coisa que deixei na teia há tempos... e de como fui feliz por ter tido apenas as manhãs ou as tardes na escola, de como, talvez por isso, continue a gostar tanto de histórias de príncipes e princesas, de heróis e de fadas, de luas e arco-íris, de magias e outras fantasias... continue a deixar-me surpreender... a maravilhar-me com a poesia escondida das coisas. Brinquei tanto! Fantasiei tanto! Continuo a fazer o mesmo...
Um dia, quando for grande, não quero nunca de deixar de dançar aqui e ali com algum príncipe, não quero deixar de fazer voar o pássaro da cabeça de que o Pina falava, não quero deixar de desejar que alguém me ofereça a Lua e depois imaginar que alguém ma oferece. Não quero esquecer o que sabia tão bem quando era criança. O que sempre soube. Adulto que não tem a capacidade, a ousadia de imaginar, é um adulto infeliz.

E as nossas crianças, agora, deixam de acreditar em fadas tão cedo na sua vida...

2 comentários:

Anónimo disse...

Fiquei enredado nesta tua teia de palavras e sentimentos, e não fui capaz de resistir e agadecer-te pelo teu trabalho neste blog. O que tenho lido tem-me encantado pela sua sensibilidade e inteligencia. Vou contiuar a procurar a magia que aqui falaste nas linhas desta tua teia.
A musica do chico buarque que colaste é uma emoção, é um presente.

Teresa Martinho Marques disse...

Obrigada... :)
Volta sempre...