sábado, fevereiro 14, 2009

Amor e Fado(s)

Lembrei-me da minha Teresa (vi-a ontem) e do seu pedido satisfeito por alturas de Setembro.

Nunca partilhei aqui as palavras que lhe emprestei.

Hoje parece-me um dia bom. :)

(Deve ser por conta da insistente envolvência cor-de-rosa do marketing... associada a um dia solitário de trabalho. E já repararam na bipolaridade das ofertas? O poeta é um fingidor...)


"(...) Queria pedir-lhe que me fizesse um poema em quadras para eu colocar num fado. Estou-lhe a pedir tal coisa porque é muito difícil encontrar letras para mim (...)"

Teresa
Só para ti...
Se por acaso alguém um dia quiser usar em disco... tenho de registar os poemas, sim? Depois me dizes... Espero bem que o disco seja teu... :)

Beijinhos


Sou céu

Não corras atrás de mim
não corras vais-te cansar
eu sou ave de ninguém
do que mais gosto é voar

Tenho o mundo à minha espera
caminhos que eu nunca fiz
prefiro uma estrada sem rumo
ao que o teu coração me diz

Deixa-me olhar para a frente
os sonhos não são p'ra prender
eu sou água, eu sou céu
eu só sou quem quero ser

Não me peças, não te dou
o que estás sempre a pedir
só te quero se quiseres
ser também ave e partir



Se um dia...

Se um dia eu te pedisse
um pedacinho da Lua
será que tu quererias
ser mais meu e eu mais tua?

Se um dia eu te pedisse
um barco para voar
será que tu feiticeiro
mandavas pôr asas no mar?

Nunca me digas que não
que o meu fado é só pedir
estender-te a minha mão
jamais te deixar partir.

Nunca me deixes sozinha
em rua que não conheço
tu és o caminho que eu quero
o meu fim e o meu começo.



2 comentários:

rabina disse...

Adoráveis versos, subtilidade leve.
A liberdade infinita, a independência absoluta, misturada com uma certa subjugação.
Gostei.

Teresa Martinho Marques disse...

:) Obrigada...