sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Carinho(so)



Uma das melhores recordações dos tempos da música e da banda dos Piratas foi um amigo que se mantém presente até hoje e é a pessoa com quem mais aprendi nesses tempos. Dos Trovante aos Resistência, aos Madredeus, aos Sal...o Fernando Júdice é assim um cavaleiro que se passeia de aventura em aventura sem se deixar prender completamente para que os voos continuem a chegar.
Recuperou-se o fio do contacto depois da apresentação do projecto Sal que, por uma extraordinária coincidência (a vida é assim uma teia mágica), foi feito em parceria com o Tiago Torres da Silva, outro ser especial que descobri há poucos anos.
Depois de arrumar as minhas notas no myspace, é claro que os juntei aos dois por lá, perto de mim, porque é assim mesmo, os amigos devem ter alguns fios a prendê-los, mesmo que a distância os aparte no plano físico. Maravilhosa Internet.

Explorar o recanto do Fernando é assim como vasculhar as poças de mar nas rochas da infância. Há sempre tesouros para escutar no movimento dos peixes, na alga verde, na concha brilhante, na pedra redonda, na bailarina anémona, no búzio vazio que encostamos a nós. Canções antigas renascem com outras inspiradas vestes. Canções novas nascem apenas, sem mais. Recolhemos as flores de que mais gostamos.

E quando acordamos a precisar de sossego e carinho encontramos por lá carícias que afagam a alma com tintas suaves aguarelas que nos levam para dentro delas sem esforço.

Tudo para dizer que o tema carinhoso de Pixinguinha, na voz de Manuela Azevedo - Clã (do álbum carinhoso - José Peixoto e Fernando Júdice, podem escutar AQUI o CD inteirinho) era aquilo de que precisava para iniciar este último dia de uma semana não fácil (história da canção AQUI).

Um dia regresso (inteira) à escrita para a música. Sei. Gavetas cheias de princípios que brotam a meio de outras coisas e continuam à espera de fim. Agarramo-nos sempre ao futuro como se fosse apenas um presente adiado. E ter sonhos é como ter asas para algum lado.

Sexta-feira treze é sempre bom prenúncio. Às vezes surgem nela mensagens de esperança e desafio... E é na música que bebo muita da energia que se transforma depois em carinhos oferecidos aos alunos.

Todas as fontes têm as suas (carinhosas) nascentes...

2 comentários:

Raul Martins disse...

E cá vim matar saudades das tuas letras e da tua voz.
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E que venham as letras... e a música... e que as asas dos teus sonhos continuem a levar-te (e a levar-nos contigo) para lindos voos.
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Queria deixar esta mensagem lá no teu "my space" mas não consegui.
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Carpe diem!

Teresa Martinho Marques disse...

Que bom escutar-te...
(Acho que naquelas bandas para deixar comentários é preciso conta e estar ligado como amigo... enfim... oos programas deviam reconhecer os amigos quando eles chegam... mas a tecnologia lá tem as suas limitações).
Obrigada por tirares um bocadinho do teu tempo... Sei bem como é difícil a gestão...
Abraço