sexta-feira, abril 24, 2009

Coisas várias...

... Se eu estivesse aqui, estava bem. Muito bem. Repousaria um pouco, passearia muito. Contento-me com os olás digitais aqui e ali, as notícias, as imagens e com a minha imaginação para fazer as viagens que não posso fazer.

... Chego a casa, paro o carro e oiço-os. Não resisto a fotografá-los no vai-vem, entre o arroz da janela do escritório e o telhado, antes de entrar em casa. Serão a minha companhia melodiosa num fim-de-semana denso de trabalho. A acompanhar-me também e a acompanhá-los a eles... os olhares ávidos dos três felinos, à vez, deste lado da janela. Uma tentação sem concretização... e o calor da Peggy que está sempre onde estou e não quer saber de aves para nada...
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... Lembro-me que há muitos anos adormeci nesta véspera sem saber que no dia seguinte os Pais não me deixariam ir para a escola em Lisboa. E eu queria ir. E fiquei zangada porque havia Educação Física - estava no 2º ano do preparatório, actual 6º ano - e integrava a equipa de andebol. E o Pai teve de sair para a rua para comprar uma nova "telefonia" só para ouvir melhor as notícias e poder responder à nossa pergunta: oh Pai, mas são os maus ou são os bons que estão a atacar? Mais tarde percebemos por que razão certos livros eram colocados ao contrário nas prateleiras quando algumas pessoas iam lá a casa...
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... Uma vez, já adolescente, disse: que pena eu ser tão pequenina sem perceber o que se passava... agora já houve a revolução e não dá para lutar por mais nada. Santa e doce ingenuidade... Aos poucos aprendi. Nestes últimos anos aprendi mais e ainda mais depressa...
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... Estou assim flutuando sem saber bem o que dizer ou fazer. Apetecia-me ir apenas dormir. Mas o blogue do clube, mas a actualização do currículo, mas os trabalhos de Ciências deles, mas os anexos da tese, mas aquela leitura em falta, mas a teia aqui tão vazia...
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... E, depois, a súbita sensação de que a vida é simples e abençoada de muitas maneiras. E que nenhum problema é um verdadeiro problema quando a vida não está em jogo num jogo injusto de acasos que ferem quem devia ser protegido.
E é assim que me lembro de outra Teresa. E trago-a aqui para a mão de mim.
Ela sim, verdadeiramente lutadora, corajosa, digna de todo o empenho de quem a possa ajudar.

Não se esqueçam dela. Continuem a passar palavra:
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JUNTOS PELA TERESA até que o sonho se concretize.




4 comentários:

EMD disse...

O 25 de Abril, de que só tens memórias de infância, vivi-o com dezassete anos, senhas ouvidas e tudo. Só faltou estar nas ruas da capital. A elas fui no primeiro 1º de Maio.
E dizer que hoje parece que foi noutro século... (que foi!)
Levo-te a Teresa, que a solidariedade é um dos maiores valores de Abril.

Teresa Martinho Marques disse...

Leva-a... Sei que está em boas mãos... :)

armanda disse...

"Nestes últimos anos aprendi mais e ainda mais depressa..."
É o tal saber de "experiências feito" e, ultimamente, as experiências não têm sido grande coisa, não é? E é uma pena para todos...
Um abraço (continuo a passar muito por cá, mas já há uns tempos que não escrevi; aproveito hoje que é dia de lembrar coisas boas.
Bom fim-de-semana!
Armanda

Teresa Martinho Marques disse...

Obrigada por estares presente... sempre.
Bom fim-de-semana