terça-feira, dezembro 02, 2014

O poema Viajar vai ser canção no "Poemas para bocas pequenas" da BOCA editora

Magia no mais puro estado?

Primeiro a fada Oriana Alves  encontra-nos e escreve-nos (via Facebook) dizendo que existem fadas e que há por aí uma casa especial de livros com sons (sons com palavras? palavras com música? música contada?). http://boca.pt/boca.html  - BOCA - audiolivros, audiobooks, livros audio... "Palavras que alimentam"... assim uma maneira de dizer/ler/contar/cantar com muita arte e muito encanto.

Depois a fada Oriana pede licença para nos tornar parte desta magia toda transformando em canção um poema nosso (do livro "Das palavras"  - Viajar) para integrar num livro novo/recital de poesia "Poemas para Bocas Pequenas", que traz junto um CD áudio cheiiiiinho de canções que são afinal poemas melodiosa e ternurentamente acarinhados para poderem ser cAntados. Pois é... O poema Viajar transformado numa canção que me tocou muito e que adorei (já escutei). Licença? Licença? É simplesmente um orgulho ter sido escolhida para integrar este projeto!

Vou pelas letras
bem devagarinho
até que as palavras
surgem no caminho.
E as palavras juntas
são como viagens...

Adeus! Adeus!
Vou voando nelas
para outras paragens.

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Ora vejam do que se trata afinal... e preparem-se para o oferecer a muita boquinha e ouvidos pequeninos :)

É assim:
Criado por Margarida Mestre e António-Pedro, este recital de poesia será o quarto título da secção BOCA Júnior, para crianças de todas as idades. Inclui poemas de António Torrado, Fernando Manuel Bernardes, Luísa Ducla Soares, Margarida Mestre e António-Pedro, Sidónio Muralha, Cancioneiro Popular Português e o MEU "Viajar", que os autores escolheram para encerrar o disco (fim/recomeço).
São 14 faixas que comporão o disco que acompanha o livro com os poemas, que terá design gráfico de Pedro Serpa e ilustrações da Marta Madureira.

Todos estes poemas foram musicados pelos autores cujas biografias resumidas são as seguintes:

Margarida Mestre - tem formação na área da Educação para a Infância. Estudou também Sonoplastia e Dança no Fórum Dança e tem o Mestrado em Teatro do Movimento pela ESTC de Lisboa. Foi bolseira do Centro Nacional de Cultura em Nova Iorque, onde aprofundou a prática do movimento e da performance e onde iniciou o seu trabalhou de autoria.
Teve formação em voz com LynnBook e Shelley Hirch (Nova Iorque), com vários professores e artistas no Institute for the Living Voice, no Centre Artistique International Roy Hart, em França, e também com Phill Minton, no Co-Lab, no Porto. Actualmente desenvolve uma forte actividade na área da Pedagogia para crianças, jovens e adultos/formadores na área do corpo e da voz em cruzamento com outras linguagens artísticas. Desde 2001 que, acompanhada por luminosos músicos e outros ilustres colaboradores, descobre e inventa performances e objectos poéticos. Tudo Gira foi o seu primeiro espetáculo de poesia.

António-Pedro - Músico e cineasta. Actualmente, para além de compor para dança, cinema e vídeo, desenvolve projectos de “cinema ao vivo”, como Sopa nuvem – um thriller gastronómico, e realiza vários espectáculos e ateliês onde filma, toca e compõe, tentando aprofundar a relação entre imagem, música e som. Trabalhou com Ivo M. Ferreira, Margarida Leitão, Leonor Noivo, Vasco Diogo, O Bando, Teatro Meridional, Teatro da Serra de Montemuro, Ainhoa Vidal, Filipa Francisco, Caroline Bergeron, Compagnie Sac a Dos (Be), Turak (Fr), João Afonso, Clara Andermatt, Real Pelágio, João Lucas,  Fernando Mota, Camané, Jon Luz, Zé Eduardo e Artistas Unidos, entre outros. É actualmente co-director da Companhia Caótica.

Além da Margarida e do António-Pedro, as gravações tiveram a participação de músicos como o João Paulo Esteves da Silva, Jon Luz, Pedro Gonçalves, Fernando Mota, Nuno Morão, Rui Rebelo, Johannes Krieger e a captação, edição, mistura e masterização são de Moz Carrapa.

segunda-feira, novembro 24, 2014

3D-XplorMath (freely available Mathematical Visualization program)

http://3d-xplormath.org/
Breather Surface



AQUI... (podem descarregar o programa livremente)

3D-XplorMath is a freely available Mathematical Visualization program. To download your personal copy of the latest version, click on the Download tab above. The older Pascal version runs only on Macintosh computers. However there is now also a cross-platform Java version, called 3D-XplorMath-J, and while it still has fewer features and Exhibits, we hope eventually to give it all the functionality of its older Pascal brother.
The program presents itself as series of galleries of different categories of interesting mathematical objects, ranging from planar and space curves to polyhedra and surfaces to ordinary and partial differential equations, and fractals.
Morever, the carefully chosen default parameters and viewing options may be changed by the user so that each gallery is turned into a experimental lab.
Each exhibit has its own online documentation with suggestions for how to explore it further. We hope in this way to make the program useful to the interested layperson, the teacher, and the research scientist
We are in the process of producing a series of short tutorial movies explaining various features of the program and also some interesting ways in which it can be used. In particular, you can click here to see a basic introduction to 3D-XplorMath and some of its Exhibits.
Most Exhibits of the Pascal version of 3D-XplorMath have associated to them a so-called "About This Object" PDF file that explains the mathematics behind the pictures. These files are also available here for separate download as a cross-platform zipped folder.
Acknowledgements: The group in charge of the 3D-XplorMath software development project and the related Virtual Mathematics Museum website project is the 3DXM Consortium, an international volunteer group of mathematicians. The Consortium gratefully acknowledges support for these projects by The National Science Foundation (DUE Award #0514781), and thanks the Mathematics Department of The University of California at Irvine, for hosting the 3D-XplorMath and Virtual Mathematical Museum websites.


quinta-feira, outubro 30, 2014

O cão que queria ser gato...

Para um escritor não há emoção comparável à de ler a história paralela contada pelo ilustrador. A Simona Traina ( Simona Traina Illustrator ), que encontrei na internet e que, por delicioso e feliz acaso, se tem vindo a cruzar na minha vida com esta primeira parceria num novo livro "O cão que queria ser gato" (apadrinhada e enzimada pelo Miguel Borges, Carla Anjos e a sua nova Editora Sirius) leu, releu, bebeu o cão que queria ser gato até o tornar todo seu.

E o sentimento desta história, que não é história nenhuma, antes um poema de emoções escrito como se de uma história se tratasse, passou da minha alma para a dela e transformou-se num novo poema, desta vez feito de formas e cores. 

Agora somos as duas a dona do Gaspar e dos gatos, somos as duas o Gaspar e os gatos, somos ambas os desejos dele, as penas dele, o conforto dele. Eu não sei como estas coisas acontecem, mas a verdade é que para mim o ilustrador não é uma pessoa que chega e faz umas imagens que casam bem com as palavras do escritor. Ele é a segunda alma da história, ele é a segunda história entrançada na primeira, ele, neste caso ela, a Simona, é o/a feiticeira que consegue com a sua arte ampliar toda a dimensão da mensagem de um livro. 

E é por isso que o todo que o nosso livro trará, vai ser muito mais do que a soma destas duas partes - texto e ilustração. Poema e ilustração são agora apenas um, forçando o leitor a mais do que uma leitura, a mais do que uma só linha na sua própria emoção.
Simona, Miguel, Carla... as estrelas do céu alinharam-se e juntaram quem tinha de ser juntado. 


Quando vierem os leitores, o livro passará a ter uma família muito maior e ganhará tantas leituras quantas as almas que se apropriarem dele.

segunda-feira, outubro 27, 2014

Todos pisamos o úlimo degrau...

Tarefa 2, várias perguntas sobre a situação: um menino sobe 40 degraus dois a dois, outro menino três a três. Hoje recordando múltiplos e divisores no 5.º ano para avançar nos critérios de divisibilidade. Já atrasada, como sempre.

A certa altura, a pergunta final da tarefa do manual: algum deles pisará o último degrau da escada e porquê?
Tudo preparadinho para dizer que só o menino que vai de dois em dois é que o pisa, porque 40 só é múltiplo de dois, algumas respostas nesse sentido... mas o T. (o mais pequenino) coloca o dedo no ar e responde:
- Oh professora, eu acho que são os dois meninos...
- Então porquê?
- Porque todas as pessoas têm de pisar o último degrau de uma escada, não é? Tanto faz irem de dois em dois, como de três em três...

Ri-me e pedi-lhe um "dá cá mais cinco", cheia de pena que o manual não tivesse solução para aquela tarefa para me rir ainda mais (suspeito que não seria esta a resposta que dariam). Esta coisa de ensinar os miúdos a usar a cabeça para pensar, dá nisto. Claro que, a seguir, mil histórias foram inventadas para tentar contrariar o T., mas concordámos que o argumento dele era o mais forte. Ainda tentei:
- T., podiam nascer umas asinhas nas costas do menino e... ele voava e não pisava o último degrau, não era.
Riram e abanaram a cabeça.
Decididamente o T. ganhou-nos a todos.

Aulinha boa a de hoje!







imagem AQUI

sábado, outubro 18, 2014

Scratch: do MIT para Harvard... novos espaços, recursos renovados.

Novos espaços, recursos renovados:

We are pleased to announce that the new Scratch curriculum guide is available to download.
This introductory computing curriculum includes 44 activities, sample Scratch projects, handouts, and more. Visit the guide website to download this free resource and accompanying student workbook.
Creative Computing: An Introductory Computing Curriculum Using Scratch
scratched.gse.harvard.edu|De Karen Brennan, Christan Balch, Michelle Chung
 
 (Existe uma tradução em português (primeira versão do creative computing) pela equipa EduScratch. Ver aqui: http://projectos.ese.ips.pt/.../206-computacao-criativa... )
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What is computational thinking? How can it be assessed?
Learn about computational thinking and find resources to support and assess computational thinking on our new Computational Thinking site, developed in collaboration with Education Development Center's Center for Children & Technology.

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The ScratchEd online community has moved from MIT to Harvard!
Please update your bookmarks to http://scratched.gse.harvard.edu to reflect our new home at the Harvard Graduate School of Education (HGSE). Thank you for your patience as we settle into our new home and please report any bugs found on the new site.
http://scratched.gse.harvard.edu/discussions/test3
Scratch is a programming language that makes it easy to create interactive art, stories, simulations, and games – and share those creations online.
scratched.gse.harvard.edu

sábado, outubro 11, 2014

EduScratch... porque a educação neste país também tem histórias muito bonitas...

EduScratch apresentado no programa de rádio "Ciência em Sintonia", iniciativa da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro:

EduScratch, CCTIC/ESE/IPS, DGE.MEC, SAPO Scratch (nascido em Aveiro), Escola Básica de Azeitão... uma história muito bonita que já não precisa da mamã para continuar... e essa é a maior alegria! Sim, a educação neste país também tem histórias muito bonitas que precisamos de recordar, para não nos afundarmos na tristeza e desapontamento pelo que estamos a viver agora. Sempre presente de coração nesta equipa (obrigada imenso por me terem acolhido e aturado com todo o carinho do mundo), sei que agora pelo país o Scratch se multiplica em projetos informais, na disciplina de TIC do 3.º ciclo e até numa disciplina nova que volta a nascer na Escola Básica de Azeitão (IniciaTIC) e onde o Scratch vai ser utilizado por todos os alunos do 2.º ciclo.

Pelo caminho relembro sempre e sempre a equipa da PT Inov de Aveiro que nos permitiu esse caminho de integração e divulgação no país (o primeiro país do mundo a ter o seu portal Scratch) e agora em transição para o 2.0 (online, no MIT). Não queríamos deixar de ter o nosso portal português, mas a evolução dos tempos e das empresas assim o dita... 


Fernando Milagaia, Norma Magalhaes e, muito especialmente, o Fausto de Carvalho (a ele devemos a intervenção da PT na história, porque percebeu, desde os primeiros relatos num blogue perdido na 'net, o potencial que o Scratch encerrava) ... obrigada pelo entusiasmo e pela inestimável colaboração nesta equipa alargada - a TRIBO - cheia de bons amigos que seria difícil enumerar e que nos permitiu chegar onde estamos hoje. Esta história foi toda ela feita de gente e de ligações humanas,  que são sempre muito mais importantes e fortes do que as tecnológicas.
Eu cá diria que o Scratch é bom para a educação, sim, mas foi sobretudo excelente para criar uma rede de corações a bater no mesmo sentido e a pensar como fazer melhor pelas crianças e jovens deste país.


TRIBO, fizemos (continuamos a fazer) a diferença... e isso é algo muito especial.


Obrigada, Miguel Figueiredo e João Torres pela forma como nos contaram esta história neste programa de rádio. Comovi-me a escutar-vos. Tantas memórias boas...


Obrigada à UTAD pela oportunidade e excelente trabalho de condução e montagem da reportagem.

Monty Python's Ministry of Silly Walks...

Quase... Quase...


Não há ficção que chegue para esta realidade... (MEC, sempre o MEC)

As redes sociais não têm mãos a medir. Cada cavadela, sua minhoca.

... Nem a melhor ficção chegaria para inventar tão bizarra realidade.

Professora, é verdade que a matemática está em todo o lado?
É sim... Muito pouco do que conheces e mais usas neste momento acontece sem matemática (rigorosa) a ajudar.

(Abstive-me de lhe dizer que há um reino onde a matemática nasce torta e nunca se consegue endireitar e que, supostamente, nesse reino é um "para_matemático" a "reinar"... não todos nós, mas "com" todos nós.)

Esta situação significa que, por causa de um erro, mais de 1000 crianças, no mínimo, ficarão pelo menos mais uns dias sem aulas.
publico.pt
  • PM: Teresa, a Matemática dos sites das finanças, sobretudo aquela que se relaciona com extorquir os nossos dinheiros a torto e a direito, essa, é certinha, a plataforma fantástica e tudo rola às maravilhas...tipo: não esquecer que tem o seu IUC para pagar, peça as suas faturas e o IRS acaba no dia tal e tal e tal! Porque será?!



  • Teresa Martinho Marques Oh Paula, que pergunta complicadinha: não faço a mínima ideia...

  • PM:...temos que rir porque senão choramos e muito, o que está a acontecer é completamente avassalador, ultrapassando tudo o que é razoável...sei porquê, também se relaciona com a matemática...os contratados são apenas 1%, portanto insignificantes para o sistema (logo, o governo despreza estes números pequeninos e repete-os variadíssimas vezes, sem qualquer respeito por seres humanos que os possam representar). Mas, curioso é que 1% faz com que escolas fiquem paradas por não existirem professores suficientes e alunos com falta de professores a várias disciplinas, portanto, com furos e mais furos nos horários e sabe Deus se não se trata de anos de exame e tal...é curioso e um paradoxo da Matemática!! 1% que afinal vale como o caraças!! Melhores dias virão ...só pode ser assim porque pior não fica!!
  • Teresa Martinho Marques A estatística é assim: um homem morreu afogado num lago que tinha em média 20 cm de profundidade; em média eu e aquela pessoa ali comemos duas refeições por dia, mas ela morreu de fome. Quando as pessoas são apenas números, a humanidade e o bom senso depressa desaparecem. É assim uma espécie de psicopatia matemática que mata os governados, mas enche os discursos e descansa a consciência de quem governa. Eu dizia que pior não ficava com a Lourdes... e vê... Se queres que te diga, acredito que ainda possamos ficar pior, infelizmente. Eles têm imensa imaginação...

  • PM: Portanto: razão - coração = destruição + massificação + desconsideração. Hehehehehe ...vá lá não confies na imaginação deles para fazer pior, até porque não brincam por mais mais tempo...o meu voto podem ter a certeza que não têm e 2015 é ano de eleições!! Estão a ficar queimadinhos por todos os lados!!

  • Teresa Martinho Marques (A silly season este ano estende-se ad infinitum... tento imaginar uns quantos episódios/diálogos dos Monty Pyton sobre o tema... se ainda existisse o Tal Canal, a coisa também deveria render... mas depois acabavam com o programa ao fim de um episódio... que a democracia nestes tempos anda pela hora da morte...)  http://educar.wordpress.com/2014/10/10/da-total-bronca/
  • educar.wordpress.com
  • segunda-feira, outubro 06, 2014

    Quem devia ver avaliada a sua (in)competência e (falta de) rigor, quem era?

    - Perdi uma professora de matemática do departamento (3.ºc). Hoje os meus ex-alunos passaram por mim e disseram: professora, já não temos aulas de matemática outra vez...
    - Continuo, juntamente com os meus colegas do 230, a assegurar o máximo número de aulas possível para as turmas de 5.º e 6.º anos de um horário de matemática que nunca teve professor desde o início do ano (as crianças estão confusas, têm vários professores que avançam na matéria como podem, coordenando esforços de sequência para tentar que as turmas fiquem menos prejudicadas)
    - Chegou um professor para um horário de 14 horas de físico-química que vai tentar coordenar este pouco tempo com 8 horas em Lisboa (complicado) para poder salvar o ano um pouco mais...
    - Falta-me um horário de matemática do 3.º ciclo, um de 230 e um completo de físico-química.

    E só estou a falar do meu departamento (que nunca mais consigo ter completo para assegurar devidamente o trabalho de articulação e preparação de atividades) e de uma escola relativamente pequena.

    Quem precisa de ser avaliado na sua (in)competência e tão apregoado rigor, quem é?

    Pois...

    sexta-feira, outubro 03, 2014

    ... crescer?

    Primeiras aulas (quinto ano):

    Eu: Sabem... mesmo quando vos parece que estamos a ser aborrecidos insistindo convosco para cumprirem os vossos deveres, estarem atentos, não conversarem, na verdade isso só significa que nos preocupamos, que vos queremos ver bem e a aproveitar tudo o que de bom podem fazer para chegar longe. Um dia vão perceber melhor...
    M: Professora, eu antes achava que os professores estavam só ali para nos aborrecer e mandar fazer coisas, mas agora sei que eles se preocupam e fazem isso para o nosso bem. É assim como os pais fazem...
    Eu: Sabes o que te aconteceu para descobrires isso?
    M: Não... ?
    Eu: Cresceste...


    ilustrações de Beatrice Alemagna

    ... das desconfianças (e do amor à arte)

    Ontem...

    Eu: agora que já sabem fazer a decomposição de um número em fatores primos e compreenderam do que se trata, é altura de vos ensinar um truque engraçado que facilita o trabalho.
    G: se calhar não é engraçado e nem facilita...
    Eu: tens de confiar em mim... se eu digo que é engraçado e facilita é porque é verdade!
    A: Oh G... se a professora diz, tens de acreditar!
    G: Mas às vezes os adultos e os professores dizem-nos estas coisas para nos enganar e convencer...
    Eu: ... pois... provavelmente tens razão. Então fazemos assim, eu mostro como se faz e depois decidem se é engraçado e se facilita...
    ..................................................................................................................
    * Chegaram à conclusão que era engraçado e que facilitava...
    ** Ficaram no final da aula em conversa amena de intervalo a dizer que estavam a gostar de matemática.
    *** A matemática, digo, podem ser asas na nossa cabeça se conseguirmos vencer o medo.


     ilustração de Evangelina Prieto

    quarta-feira, outubro 01, 2014

    do Tulicreme (e de outras coisas)

    Quando o corpo fica em estado de "sitius"... caótico, quase parado, apenas capaz de se dedicar (e mal) ao que é essencial, sem energia para o acessório (que também é essencial para que o essencial se cumpra), e não há ninguém perto para cuidar de nós, torno-me (tornamo-nos?) indulgentes. O cansaço (que achamos vai ser infinito) ajuda a decidir que é legítimo colocar na lista das compras o Tulicreme da infância (sim, muito antes da Nutella... e acabei sempre por preferi-lo a esta) e que é aceitável lanchar (confesso que o estou a comer agora) apenas pão com manteiga e açúcar. Na fragilidade deixamos de ter os nossos mais de 50 anos e confortamos a alma através do corpo como fazíamos nos primeiros anos da nossa existência. Tudo é simples e sem culpa. Autoembalamo-nos no colo que somos de nós, quando finalmente crescemos e percebemos que é o único colo com que podemos contar a qualquer hora.
    E, passados alguns dias, esquecemos tudo e voltamos aos legumes, à fruta, ao peixe e ao trabalho, com toda a energia do mundo, esquecidos que dentro do nosso corpo adulto mora sempre aquela coisa pequenina e frágil que fomos (somos).


    terça-feira, setembro 30, 2014

    ... eu podia

    Eu podia tentar explicar por que razão a minha secretária hoje, numa das aulas de matemática de quinto ano, ficou neste maravilhoso estado... mas falta-me a energia, que o dia foi longo e as maleitas ainda me tolhem a respiração. Fica para outro dia. Se conseguirmos fazer o que andamos a magicar, talvez seja possível vir a saborear com alguns sorrisos o prato intragável que é este programa novo sem tino que lhes/nos coube em sorte...

    sábado, setembro 13, 2014

    Ouvir as Medalhas (de Paulo Correia)... ou de como o MEC insiste em fazer tudo ao contrário no ensino da matemática


    Agora que o ano se inicia e que, pela primeira vez, vou ter de aplicar o absurdo documento das metas e matemática no 5.º e 6.º anos defendido por Nuno Crato e pelos seus colaboradores, deixo aqui o texto de Paulo Correia reforçando que o que sempre fiz/fizemos é o correto e que quem mais sabe é assim que recomenda.

    Encontrarei o meu caminho com alunos para não os ferir de morte e apoiarei os colegas (que coordeno no Departamento) com reuniões semanais (desta vez integradas nos nossos horários - passos muito importantes dados pela Direção este ano), para não perdermos de vista o que é verdadeiramente essencial.
    Daremos conta desse trabalho...

    Paulo Correia - Ouvir as medalhas...Valor Absoluto por Paulo Correia - Ouvir as Medalhas...
     
     A notícia mais importante para a comunidade matemática chegou, como esperado, em agosto, apesar de, por cá, ninguém ter dado muita importância ao assunto. Refiro-me naturalmente à entrega da Medalha Fields a quatro (jovens?) matemáticos - uma espécie de prémio Nobel... só que melhor!

    Esta atribuição das medalhas Fields poderia ter sido observada sob vários aspetos interessantes, como o facto de pela primeira vez ser atribuída a uma mulher (e logo a uma natural de um país onde o género não é, de todo, uma variável sem relevância)… ou pela primeira vez ser atribuída a um sul-americano (e logo dos que falam português)... ou pela primeira vez ser atribuído a um Austríaco… ou pela primeira vez atribuído a um matemático de ascendência indiana… ou ainda do facto de um matemático português ter comentado esta notícia para a BBC...

    Contornando o aprofundamento de análises de âmbito menos matemático, bem como as análises de âmbito mais matemático como as áreas de investigação dos quatro medalhados, podemos procurar indícios das conceções associadas ao ensino da matemática que foram sendo apontadas pelos premiados:

    Numa entrevista, Maryam Mirzakhani, aponta uma aprendizagem da matemática sustentada na resolução de problemas como um factor relevante para explicar o seu sucesso… mais do que avançar rapidamente para os conceitos mais “avançados” («we were more focused on problem solving rather than taking advanced courses»).

    Artur Avila defendeu numa entrevista de 2009 que um ensino baseado na repetição promove a falta de interesse pela matemática («um monte de regras abstratas e depois aplicar aos alunos uma série de exercícios repetitivos. (...) Isso é muito chato.»)…

    O desenvolvimento de atitudes positivas em relação à matemática é o conselho que Martin Hairer dá aos jovens matemáticos («The first thing they should honestly asses is what are the things that they like to do. I think they should really work on the things that they actually like and enjoy»).

    Mas Manjul Bhargava, foi mais específico no seu entendimento do ensino da matemática, deixando três sugestões concretas:
    - para além da ciência, as aulas de matemática devem ser enriquecidas com artes;
    - os alunos não devem resolver as tarefas numa abordagem robótica - o processo de descoberta é o mais importante;
    - a matemática deve ser interativa e colaborativa, os alunos devem trabalhar em conjunto.


    Segundo Bhargava, é assim na investigação em matemática, e deve ser assim na sala de aula.
    («- Maths problems should be motivated not just through the sciences, but also through the arts: puzzles, toys, magic, poetry, music - these should all form a key part of the mathematics classroom.
    - Students should not be taught to solve problems in a robotic way; instead, they should be guided to discover key mathematics ideas on their own. Maths should be a creative exciting process of discovery!
    -Maths should be interactive and collaborative. Students should be encouraged to discover things together, and work together.
    This is how mathematics research is, and so this should be reflected in the classroom!») 


    Ideias como estas para a definição do curriculo e da concepção do processo de ensino e aprendizagem têm sido classificadas de forma depreciativa como “românticas”. Pretendeu-se sustentar que um curriculo centrado na resolução de problemas era pouco estruturado, pouco ambicioso e facilitista. Alguns defendem mesmo o mérito de tarefas com ênfase na repetição como a chave para o sucesso, ou as vantagens de chegar depressa a “patamares mais avançados” para conseguirmos preparar melhor os melhores alunos…
    Afinal, as evidências parecem sustentar que estes matemáticos (jovens e de mérito reconhecido) estão de acordo com os investigadores em educação matemática… são medalhas merecidas!



    Paulo Correia - Professor de Matemática da Escola Secundária de Alcácer do Sal e responsável pela página mat.absolutamente.net    

    Record machine - cover (Melanie Safka)

    Não me apetece trabalhar...

    Aqui a fazer de cigarra e a matar saudades da minha guitarra.
    (Imperfeito, mas pronto, apeteceu-me)

    sexta-feira, agosto 29, 2014

    New Study: Engage Kids with 7x the Effect

    Reconheço muitos gestos que já fazia e que tenho de continuar a aperfeiçoar/aprofundar...

    AQUI



    Mais recursos
    AQUI - Student Engagement: Resource Roundup



    (Fonte: edutopia)


    21 GIFs That Explain Mathematical Concepts

    Recursos excelentes...

    AQUI

    Alguns exemplos:

    Exterior angles of polygons will ALWAYS add up to 360 degrees:

    Via: math.stackexchange
    If you’re studying trig, you better get pretty comfortable with circles. Check out this visualization that shows what you’re really looking at when you deal with pi:

    Via: imgur

    Read more HERE






    quinta-feira, julho 10, 2014

    Ousar a diferença, mudar de paradigma...?

     Neste tempo infernal em que os papéis, os exames e os relatórios justificativos para a inspeção (sobre planos de melhoria idênticos em tantas escolas, sem qualquer respeito pela sua identidade, pelas mudanças da sociedade, sustentados em conhecimentos limitados e visões curtas e economicistas da educação) são bem mais importantes do que as pessoas reais, precisamos de boas edutopias e de exemplos de boas práticas. Sim, não se pode fazer tudo de uma só vez, mas se continuarmos a fazer a mesma coisa, poderemos mesmo esperar resultados diferentes...?

    (Cansada deste faz de conta sem qualquer sentido porque o essencial não muda. Gastamos toda a nossa energia e tempo com papéis e tarefas absurdas e nenhuma/nenhum a repensar o que já provou não servir para coisa alguma... Deve ser da idade, mas cada vez mais tenho menos paciência para fazer coisas porque sim, porque tem de ser para inspeção ver, sem qualquer amor, crença ou convicção...)


     Se continuarmos a fazer as mesmas coisas, não podemos esperar resultados diferentes.

    Estamos a precisar de boas edutopias - um exemplo de boas práticas:

    Editor's Note: Dr. Lourenco Garcia, Adjunct Professor at Northeastern University and Principal of Revere High School, co-authored this post.

    In just two years, Revere High School (RHS) went from a low-performing school as classified by the Massachusetts Department of Education to winning the 2014 High School Gold Award at the National Center for Urban School Transformation (NCUST) conference in San Diego. This past April, the school also ranked Silver on a U.S. News and World Report survey of the best U.S. high schools. With a population of approximately 1,500 students, 60 percent of whom are of color and 71 percent of whom are low-income, RHS is a national example of the type of programmatic systems change needed to move our schools forward.

    quarta-feira, junho 18, 2014

    Coisas... (da matemática e etc.)

    Ora bem: período de acompanhamento dos alunos com o intuito de preparar para a segunda fase das provas  (aulas mesmo, com horário marcado até 4 de julho) os meninos inscritos automaticamente (escangalha-se um ano letivo com provas em cima de aulas com este argumento) e, de dezenas de alunos, só me aparecem dois durante uma manhã inteira (um deles atrasado uma hora porque o despertador não tocou - chegou às 11 da manhã em vez de chegar às 10... !!! O irmão, também meu aluno, que deveria ter aparecido às 8:15, não veio.).

    Todavia, eu gosto de estar com eles/ele e prefiro esses momentos a todos os outros, nem que seja um aluno apenas (convidei o menino que tinha uma aulinha das 8:15 às 9:45 a ficar durante toda a manhã comigo e ele ficou).

    Coisas giras: Resolvemos fazer a prova para ver onde tinha sentido dificuldade e, a certa altura, eu disse o número 15 em inglês - fifteen - e ele, teacher it is not fifteen it is fifty... e eu, dear H, no it is not, listen - escrevi 50 - this is fifty, 15 is fifteen. A partir desse momento comecei a ler o problema em inglês e a explicar tudo em inglês, com ele a responder em inglês até que me disse: pronto pronto, já percebi que a professora sabe inglês muito bem, mas eu também tive 4.

    Mais coisas giras: Resolvíamos um dos problemas da prova em que uma menina dizia que do dinheiro ganho no Natal (não se referia a quantidade), iria gastar uma determinada fração em algo e outra fração noutra coisa... a mãe da menina diz: não pode ser, isso é impossível e, finalmente a pergunta: a mãe tinha razão? O H. recosta-se e diz... neste tive dificuldade porque eu acho que era preciso saber o dinheiro que ela tinha... Achas? pergunto eu... Olha, vou fazer-te outra pergunta parecida... imagina que era o teu dinheiro e tu dizias à mãe: vou gastar um meio nisto, um meio naquilo e mais um meio naqueloutro...  e ela te dizia que não podia ser. Ela tinha razão? O H. diz que continua a não entender... Mudo de estratégia... Ok. Então foste à pizzaria com os teus amigos e disseste: vou pedir uma pizza e depois vou comer meia pizza no início, espero dois minutos, como outra meia, espero cinco minutos e como outro meio da pizza. Resposta imediata: isso não podia ser, só se fossem duas pizzas! Lá conversámos sobre o significado das frações e dos números que representam, sobre o facto de não ser preciso saber o dinheiro porque bastava perceber se a soma das duas dava uma fração de valor superior ou inferior à unidade e como se percebia isso olhando para a fração sem sequer fazer a divisão. Acabou o problema num ápice e soube dizer-me que o resultado era superior à unidade porque o numerador era maior que o denominador e que, portanto, a mãe tinha razão.

    Moral da história: estávamos quase na hora de almoço e os exemplos com comida (diz-me a experiência) resultam melhor quando o açúcar começa a descer no sangue...

    Mais outra moral da história: o H é um menino esperto mas infantil, conversador, distraído e brincalhão, que estava integrado numa turma de 30, com dois alunos com necessidades educativas especiais permanentes, repetentes de longa data com comportamento desadequado e muitos alunos que vieram reprovados a matemática no 5.º ano. Consegui recuperar alguns com esse perfil (o seu primo foi um deles e vários alunos nesta turma, mesmo tendo um três muito baixinho, conseguiram reproduzir esse 3 na prova... Atribuí 13 negativas no final do ano...). Não tenho dúvidas de que, numa turma com menores dimensões, este aluno não teria tido dois a matemática nem 37% na prova, mas assumo não conseguir chegar a tudo e a todos nestas condições. Ele já está aprovado no 6.º ano, mas combinou com o pai que iria fazer uma segunda tentativa, pois matemática é a sua única negativa (era um dos alunos que transitou para o 6.º reprovado a matemática no 5.º). Os alunos com 1 que brincaram o ano inteiro, prejudicaram as aulas, faltaram e reprovaram o ano (alguns pela segunda ou terceira vez), embora com a possibilidade de ter esta segunda oportunidade, não vão sequer comparecer.

    Por muito que goste destes bocadinhos, por muito que considere importante cada criança, e imaginando que, nas outras escolas, o panorama não deverá ser muito diferente (meia dúzia de alunos a comparecer), justifica-se toda a confusão, com implicações negativas no trabalho de milhares de alunos, gerada por provas feitas a meio do terceiro período? Por que razão não se deixa esse momento para depois do final nas aulas? Por que razão as turmas não são menores e se investe a montante em vez de a jusante? Por que razão quem toma decisões repete erros e parece sofrer de uma completa ignorância sobre os ciclos da vida e trabalho na escola? Por que razão os exames e provas passaram a ser a coisa mais importante do mundo e tudo gira em seu redor?

    Daqui a pouco parto para a escola onde cumprirei afincadamente este novo horário letivo para atender... um ou dois alunos. Ou nenhum, como é o caso de uma das turmas onde todos transitaram e, mesmo os que têm negativa a matemática, não fazem tenções de comparecer na segunda fase, encontrando-se já de férias...

    Alguém me explique como se eu fosse muito muito... onde está o "x" sem ser como se vê na imagem

    Coisas, pois, eu sei...



    imagem copiada aqui

    domingo, junho 15, 2014

    domingo

    hoje
    conseguirei não pensar em coisa alguma?
    fazer o domingo escorrer ser só espuma?
    leve verde fresco preocupação nenhuma?


    sexta-feira, junho 13, 2014

    Notas dos 4.º e 6.º anos subiram a Português e desceram a Matemática (Público)

    Previsível...


    (Adaptado de LARSON, Gary. The Far Side. New York: Andrews and McMeel Inc., 1984)


    Média nacional de 47,3...
    Apenas 46% dos alunos do 6.º ano têm nota positiva.

    Ainda sem dados muito precisos, mas parece que a média da escola (6 turmas) será idêntica à da média nacional.

    Das minhas três turmas...
    uma portou-se bem e de acordo com o esperado (71,4% de notas positivas, média de 3,1 e 60%, muito acima da média nacional),
    outra portou-se de acordo com o esperado (48,2% de notas positivas, média de 2,55 e 46,3%... no 2.º P metade desta turma teve negativa e no 3.º P quase metade...)
    e, finalmente, a terceira foi uma surpresa muito desagradável (46,4% de notas positivas, média de 2,46 e 46,5%), com o dobro das negativas (relativamente à minha avaliação) e alunos de 4 e 3 com 2... muitas meninas chorosas ontem à frente da pauta...

    Sensação? Percentagem de positivas acima da média nacional (46%) nas minhas três turmas ( 71,4%, 48,2% e 46,4%) e duas turmas com média de notas/percentagem nas provas abaixo dos 47,3...
    Não estou satisfeita... Triste mesmo. Mas podia ser pior, claro. Pode sempre.
    Também podia ser melhor.

    E os erros do calendário letivo continuarão, ao que parece. Esse e outros, como as turmas de 30 alunos cheias de alunos problemáticos e outros com necessidades educativas especiais cada vez mais abandonados pelo sistema. E, no fim das contas, as escolas ricas serão cada vez mais ricas e as pobres cada vez mais pobres, porque os benefícios vão para as escolas que se portam bem, independentemente dos contextos.
    Faz todo o sentido, não faz?

    Incompetência, ignorância não é cometer um erro... é repeti-lo.

    Notícia no Público hoje



    terça-feira, junho 03, 2014

    O que vale um professor? (Neste país: nada.)

    ... Ontem, enquanto preparava aulas, organizava avaliações dos alunos para os conselhos de turma que começam esta semana, preparava documentos do departamento e, ao mesmo tempo, intercalava com correções de provas finais, trincava um almoço rápido e recusava aturar o tempo infinito de antena dado a percursos em autocarro e almoços com o presidente, dei comigo a pensar exatamente nisto. 
    Faltou-me a energia para escrever. 
    Felizmente há quem de forma breve registe o absurdo: a comunicação social dedica o seu tempo ao acessório e esquece o essencial. Nada de novo. O jornalismo no seu melhor.
    Incomodou-me que o presidente tenha dito que os portugueses depositavam os seus sonhos de alegrias na seleção. Quem é ele e o que sabe dos meus sonhos e dos de tantos portugueses como eu? Por certo, me desculpem os aficionados, que as minhas alegrias não estão relacionadas com futebol, tão pouco os meus sonhos. As minhas alegrias são (entre muitas outras) o sucesso dos alunos, a alegria partilhada das suas famílias. Os sonhos? Entre muitos outros, a procura de melhores soluções para todos os que ainda não consegui ajudar. Eu sei, eu sei... é tão poucochinho e vale tão nada. Nem um almoçozito na presidência da república, nem tempo de antena. São as prioridades do costume. Não quero homenagens nem destaques especiais - respeito bastava. Pelos alunos, pelas famílias, pela escola, pelos professores anónimos cada vez mais mal pagos, cada vez mais ignorados e maltratados. Neste momento a televisão continua feliz a mostrar repetidamente reportagens sobre a seleção. Acordei às 5:30 para adiantar a correção das provas antes de ir dar aulas. Coisa sem importância nenhuma. 
    Devia era mudar as razões das minhas alegrias e mudar o rumo dos meus desimportantes e insignificantes sonhos. Devia. Mas não mudo.

    Às vezes neste país pequenino falta-me o ar... e começa a ser um às vezes demasiado frequente. 

    sábado, maio 24, 2014

    Sabor de palavra...

    ... gosto de ilustrar com palavras a arte de quem me inspira.

    E são tantos!

    O Sabor de palavra continua vivo, agora alimentado por mais artistas.


    Evelina Oliveira é uma delas e... quem sabe o que o futuro nos reserva?

    (2013/2014: anos férteis em projetos, parcerias, ideias e conquistas literárias...)


    Scientists Claim Quantum Theory Proves Consciousness Moves to Another Universe at Death

    Admirável mundo novo...
    (para ler de mente aberta)

    AQUI

    A book titled “Biocentrism: How Life and Consciousness Are the Keys to Understanding the Nature of the Universe“ has stirred up the Internet because it contained a notion that life does not end when the body dies...[A]uthor...Dr. Robert Lanza, who was voted the 3rd most important scientist alive by the NY Times, has no doubts that this is possible.


    quinta-feira, maio 22, 2014

    Edutopia: Six Tips for Brain-Based Learning

    Já a pensar no ano que vem, porque a escola anda a treinar as crianças e jovens (encavalitados em salas de aula demasiado cheias e ao cuidado de professores com demasiados alunos) para provas, mas não está a fazer o seu papel para as desenvolver social, artística e cognitivamente. E isto já não é uma mera hipótese, está cada vez mais parecido com um "facto".


    In this free classroom resource guide, you’ll get practical tips across the K-12 spectrum, as well as a reading list and a variety of resources to help you learn more about this fascinating field. To help your students explore their own brain power, we’ve also included a bonus project that will get students thinking critically about how they learn.  AQUI 


    1. Create a Safe Climate for Learning
    2. Encourage a Growth Mind-set
    3. Emphasize Feedback
    4. Get Bodies and Brains in Gear
    5. Start Early
    6. Embrace the Power of Novelty
    7. Bonus Project: Build a Brain Owner’s Manual
    8. Recommended Reading

    http://www.edutopia.org/brain-based-learning-strategies-resource-guide?utm_source=facebook&utm_medium=post&utm_content=guide&utm_campaign=brain-based-learning-guide-update-repost

    Basta registarem-se para acederem gratuitamente a todos os recursos.


    quarta-feira, maio 21, 2014

    A editora Kalandraka vai publicar o nosso livro...

    Lembram-se?

     A Fátima Afonso e eu fomos finalistas (2.º lugar) no VII PRÉMIO INTERNACIONAL COMPOSTELA PARA ÁLBUNS ILUSTRADOS - KALANDRAKA

    Soubemos ontem que o nosso livrinho vai ser editado pela Kalandraka
    Nascerá com as flores lá para a primavera de 2015... Alegria imensa!
    Vai ser um objeto precioso que precisará de tempo para preparar, amadurecer e fazer acontecer.





     

     




    terça-feira, maio 20, 2014

    Das borboletas na barriga (eu sou confiante...)


    Duas turmas estão já por sua conta. A terceira ainda terá uma aula hoje antes das provas finais de amanhã e farei mais uma sessão do nosso espacinho de apoio facultativo onde todos poderão visitar-me para alguma dúvida de última hora. Neste terceiro período (demasiado) curto foi preciso, apesar de tudo, treinar algumas destrezas mas, sobretudo, atitudes e confiança na nossa inteligência. Se não tens cão, caça com gato, foi a frase que mais repeti enquanto os alunos partilhavam muitas formas de resolver certos problemas, sempre com a chamada de atenção para a eficácia e elegância da matemática (meta última), em que os procedimentos mais elaborados e sustentados num conhecimento sólido são os mais desejáveis e seguros.
    O problema não é tanto esta escola centrada em processos de avaliação examinadora (algo que não me agrada), é mais a falta de sensibilidade de quem tutela e resolve montar o circo antes das aulas acabarem não permitindo, especialmente nesta disciplina, a necessária calma e tempo para trabalhar os conteúdos previstos para um ano completo e gerando confusão desnecessária no final de um ano letivo já de si confuso.Adiante... já todos percebemos que não é possível explicar a certas pessoas o que é a Escola nem como funciona/deve funcionar. Resta-nos a esperança de melhores dias pela nossa mão.

    Na turma que, penso, terá menos dificuldades em enfrentar as provas (nas outras duas, especialmente numa delas, a coisa pode complicar-se muito), precisei de trabalhar o oposto: moderar o excesso de confiança que, aliado a desconcentrações súbitas, faz alguns alunos com desempenho excecional cairem em ratoeiras simples por falta de leitura cuidada do enunciado e de não avaliação da razoabilidade dos resultados. Numa das últimas aulas nessa turma, ao falarmos sobre o tema, uma aluna põe o dedo no ar e diz: oh professora, fez-me lembrar a história daquela menina que dizia à professora "eu sou confiante!!! ??? ... não sou...?".
    Rimos todos, descomprimimos e mais uma aula (sempre viva com eles) acabou com sorrisos.

    Não sei quem tem mais borboletas no estômago (nervoso miudinho?)... se eles, se eu.

    Diabo... é como se tivesse quase 100 filhos a fazer exame! Há coisas que nunca mudam.

    Vá lá, Maria Teresa, estás confiante!!... não estás...??

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    ilustração encontrada AQUI

    segunda-feira, maio 19, 2014

    A força de um abraço...

    Sábado que passou celebrou-se mais um Scratch Day... e este foi particularmente especial para mim.


    As razões são simples:

    - Foi o primeiro que não ajudei a organizar de forma direta e ativa, colaborando apenas modestamente na sombra, devido aos muitos afazeres na escola e às excessivas missões de natureza mais burocrática. A organização ficou este ano a cargo do CCTIC da ESE/IPS e da ANPRI, pela mão de Amig@s muito especiais que, mais uma vez, colocaram de pé um evento para cerca de 100 pessoas. Pequeninos, jovens, pais, mães, professores juntaram-se para celebrar o aniversário do Scratch MIT, o SAPO Scratch e o EduScratch, num evento onde se partilharam boas práticas e, sobretudo, se aprendeu, se experimentou e se praticou muito. (Vejam AQUI como um dos participantes viveu e respirou o dia).

    - Foi o primeiro em que finalmente senti que a missão estava cumprida. Tal como disse na minha muito simples comunicação/apresentação, se eu desaparecesse... o Scratch continuaria para sempre (agora até no currículo da disciplina de TIC de 7.º e 8.º anos) pela mãos dos muitos Amig@s que o CCTIC tocou ao longo dos últimos anos.

     

     

    Mas, não foi tudo. Quando acabei de fazer a minha comunicação, não me deixaram sair do palco e ofereceram-me uma surpresa que me deixou sem palavras e muito comovida. Um vídeo, um caderno com dedicatórias, uma camisola "Scratch" e um ramo de flores. Não... na verdade não foi nada disto que me deram. O que aconteceu naquele instante mágico foi um abraço do tamanho do mundo, feito dos mil braços de gente muito especial (grandes e pequenos), com quem me fui cruzando país fora nas missões de partilha e disseminação de sementes. Indescritíveis aqueles cerca de dez minutos em que também acabei realmente abraçada pelos amigos presentes (em nome dos ausentes) e pelas crianças do primeiro ciclo com quem convivi nos meus tempos de missão no CCTIC.






     

     



     Talvez eles não soubessem (nem eu sabia), mas estava realmente precisada daquele abraço para acordar de um certo estar meio acinzentado e triste em que me deixei colocar, desapontada com os caminhos da educação neste país. O que eles me disseram, com este abraço enorme, é que simplesmente podemos fazer a diferença, mesmo se pouca, no combate a todos os retrocessos, e que não posso perder o meu sorriso, nem a crença de que vale a pena cada sementinha partilhada.



    Um obrigada imenso! ... Sem vocês, a vossa dedicação, o vosso carinho, o vosso interesse e empenho nada teria acontecido e vocês sabem bem. Uma andorinha não faz a primavera...

    Mais fotos do evento AQUI no facebook EduScratch.

    (As fotos nesta entrada são de amigos vários...)